Milhares de pessoa foram ao João Paulo homenagear São Marçal |
Milhares de pessoas
estiveram no bairro do João Paulo nesta terça-feira (30) para celebrar o
encontro de bois de matraca do Dia de São Marçal. Cerca de 20 grupos passaram
pela Avenida São Marçal e mantiveram uma tradição de fé e devoção que já dura
88 anos. Neste ano, homenagens especiais foram feitas a Humberto de Maracanã,
falecido em janeiro deste ano, e a José Costa Reis "Chiador", que tem
76 anos e é cantador do Boi de Ribamar há 21 anos.
A festa do encontro
de bois de matraca ocorre todos os anos por vontade e amor à tradição dos
próprios grupos, com organização do Instituto São Marçal e apoio do Governo do
Estado, que ofereceu dois palanques, estrutura de som, 50 banheiros químicos e
segurança da Polícia Militar, que colocou pontos estratégicos de observação
para melhor monitoramento da festança. Neste ano, o Instituto São Marçal também
distribuiu 120 troféus aos amos e diretorias de bois de matraca participantes, como
forma de também homenagear aos grupos.
Boi de Maracanã fez homenagem ao cantador Humberto de Maracanã, falecido este ano |
Diversos bois de
matraca tradicionais passaram pelo local como os de Maracanã, Matinha, Ribamar,
Maioba, Riso Mocidade de Timon, Estrela Dalva da Vila Vitória, Itapera de
Maracanã, Iguaíba, Juçatuba, Itapera de Icatu, do Maiobão, da Mata e de
Santana. Para o presidente do Instituto São Marçal, é uma festa tradicional que
deve ser mantida pela eternidade. "Quem realiza a festa são eles, nós do
instituto só organizamos. Qualquer grupo de matraca pode vir e fazer suas
toadas, pois é uma confraternização dos bois de matraca em homenagem a São
Marçal", disse, também acrescentando que a tradicional feijoada feita e
distribuída aos brincantes em parceria com o 24º Batalhão de Infantaria Leve
reuniu 30 quilos de feijão, além dos ingredientes.
As matracas dão o tom na festa de São Marçal Na foto o Boi de Juçatuba. |
Um dos
homenageados, Chiador, estava emocionado por estar no local, em mais um ano de
encontro de bois. Segundo sua esposa, Rosa Pereira dos Reis, de 66 anos, foi um
ano difícil para o antigo cantador, que está com Mal de Alzheimer e tem
problemas de diabetes, do coração e próstata, precisando passar por exames toda
semana. Porém sua disposição em estar no meio dos bois nunca passou.
"Desde janeiro, quando começaram os ensaios, todo dia ele perguntava se já
era sábado, só para participar e estar junto. Ele está muito feliz aqui, se
lembra e canta de várias toadas, e se não fosse a gente pra cuidar, já estaria
no meio povo", afirmou Rosa.
A festa contagiou
muito os presentes, que com suas matracas, fazem questão de cantar e fazer
parte das toadas. O aposentado Manoel Marinho, de 77 anos, marca presença há
oito anos e declarou ser grande fã do Boi de Maracanã, dizendo que "só
Deus sabe" do quanto ele gosta da festa.
Palco armado na avenida São Marçal que marcava o ponto alto das apresentações dos bois de Matraca. |
Trabalho e renda
O evento também foi
uma ótima oportunidade para os comerciantes locais. No ano passado, o dinheiro
que conseguiu na venda de churrasquinhos na festa de São Marçal possibilitou à
vendedora Francisca Silva, 51 anos, reformar uma parte da sua casa. Este ano,
ela já mira a ampliação da residência. "Já faz mais de 20 anos que vendo
churrasquinhos em São Marçal. A hora que tem mais movimento é no final, perto
de terminar, quando o pessoal que é fã do Boi da Maioba já está com fome",
completou a experiente comerciante.
A festa de São
Marçal também é uma ótima chance de lucro para bares e restaurantes do João
Paulo. Segundo Samara Prazeres, de 42 anos, que ajudava sua mãe Bernadete
Barroso no Restaurante Dona Beta, em dias normais, a quantidade de mocotó
vendido chegava a 8kg, mas em Dia de São Marçal, são preparados 15 kg. "O
comércio daqui, no geral, é muito beneficiado, porque fica muito mais
movimentado. Em dias comuns, vendemos apenas três grades de cerveja, mas hoje
vendemos mais de 40 grades", comentou a Samara.
São João de Todos
deixa saudades
Milhares de pessoas
passaram pelos mais de 20 arraiais e pontos de cultura nesta segunda-feira
(29). Ao longo da programação organizada pelo Governo do Estado, quase mil
grupos folclóricos – entre grupos de bumba meu boi, tambores de crioula, quadrilhas
juninas, danças do coco, cacuriás, danças portuguesas e shows musicais – estiveram
nos palcos e nas praças do São João de Todos. A média foi de seis apresentações
por noite em cada um dos arraiais. O sucesso do ‘São João de Todos” deixou o
público com saudades.
Em todos os pontos
culturais do festejo junino promovido pelo do Governo do Estado, a tônica foi a
variedade da programação, geração de trabalho e renda e o conforto do público,
que satisfeito, aprovou o que viu. Pontos tradicionais de apresentações
culturais foram recuperados, como o Ipem e o Parque Folclórico da Vila
Palmeira, que receberam os arraiais de referência Donato Alves e Humberto de Maracanã,
justa homenagem aos grandes ícones da cultura maranhense, falecidos em 2014 e
2015, respectivamente, além de Mestre Apolônio, que faleceu também este ano e
deu nome ao Arraial da Praça Maria Aragão.
No Arraial Humberto
de Maracanã, na Vila Palmeira, famílias inteiras puderam, além de apreciar as
apresentações, usufruir das mais de 20 barracas de comidas típicas, de um
parque de diversões, do conforto de banheiros químicos limpos. O consumidor teve
acesso a produtos de vendedores que receberam concessões do Governo Estadual
para conseguir renda extra no período, a exemplo de Ubiratan Santos, conhecido
como “Maioba”, que vendeu 30 chapéus enfeitados durante o São João. Ele falou,
que tudo correu bem nas festas deste ano e ressaltou a reforma feita no Parque
Folclórico. “A reforma facilitou minha vida e da minha esposa, foi fácil entrar
aqui. E as vendas foram muito boas, terminei de vender tudo no domingo e estou
no meu dia de folga pra ver as brincadeiras. Gostei muito da programação, muito
variada, cada dia uma coisa diferente”, falou, com empolgação.
Em todos os dias de
São João, os vários pontos culturais e arraiais espalhados pela cidade
facilitaram muito a vida dos moradores de diversos bairros, garantindo
acessibilidade para pessoas de todas as classes. Quem ficou muito gratificada
com o arraial de referência da Vila Palmeira foi a pescadora Ildenê Costa
Pontes, que mora no bairro Santa Júlia, no entorno do local. Satisfeita, ela
disse que demorava apenas quinze minutos a pé pra chegar ao arraial. “Eu amei
tudo, principalmente pela segurança. Todos estão falando que está ótimo, muito
organizado, muito seguro, e dá pra ver isso até pela quantidade de crianças que
tem aqui”, completou.
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