A Câmara aprovou, em primeiro turno,
a proposta de emenda à Constituição (PEC) 247/2013 que determina a
obrigatoriedade da presença de defensores públicos da União nas unidades de Justiça estadual e
federal.
Um dos autores da PEC, deputado André
Moura (PSC-CE), disse que a aprovação da matéria mostra “respeito à Carta
Magna”. “Quantas pessoas que não tiveram acesso à Justiça porque não tinham
dinheiro para pagar um advogado e não dispunha de um defensor, agora poderão
verdadeiramente ter o seu direito assegurado”, disse.
A proposta foi aprovada por 392 votos
a favor e apenas duas abstenções. Inicialmente havia a expectativa de que o
texto fosse votado ainda hoje em dois turnos, mas, a pedido do líder do
governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a matéria terá que cumprir o prazo
regimental de ser debatida em cinco sessões até a votação.
“O governo tem divergência sobre
alguns pontos, entre eles a questão da autonomia e da estrutura”, disse
Chinaglia, para quem a proposta pode onerar a União e estados. “Este projeto
saiu de dentro da Secretaria de Direitos Humanos, de dentro do Ministério da
Justiça”.
“Temos um profundo respeito pelos
defensores, mas queremos aprofundar a matéria e garantimos que em cinco sessões
vamos votar integralmente”, acrescentou o líder do PT, Vicentinho (SP).
Pela proposta, a União e os estados
devem garantir a presença de, pelo menos, defensores públicos em todas as
seções da Justiça Federal e em fóruns da Justiça Estadual, em até oito anos. “O
número de defensores públicos na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respectiva população”,
diz o texto.
Enquanto isso, os defensores que
forem contratados deverão preencher, prioritariamente, as vagas nas regiões com
maiores índices de exclusão social e concentração populacional.
Deputados oposicionistas criticaram o
adiamento da aprovação, mas o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), disse que era direito regimental. Alves lembrou que, apesar de ter
pedido o prazo de cinco sessões, o partido votou de forma unânime a favor da
matéria. “O PT tem todo o direito de ter esse posicionamento, tranquilamente
vamos esperar o prazo e depois apreciar a matéria”, disse Alves. “A decisão
dessa presidência é que vamos votar o segundo turno no dia 12 de março”
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