
Duas
testemunhas devem ser interrogadas nesta quinta-feira: o delegado de
Homicídios de Olinda, Paulo Berenguer, que investigou o caso, e o psiquiatra
forense Lamartine Hollanda, que avaliou a condição mental dos acusados. Em
novembro do ano passado, um laudo elaboradoa pedido da Justiça pelo Hospital
Psiquiátrico de Itamará (PE) atestou que os acusados não sofriam de transtornos
mentais e, por isso, poderiam responder pelos atos que cometeram — segundo a
Polícia Civil, eles confessaram os crimes durante os depoimentos.
O grupo também
responde pela morte de outras duas mulheres —
Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31 — em uma ação
penal que tramita no fórum de Guaranhuns, no interior de Pernambuco. Este
processo, ao contrário do de Olinda, está em sigilo de justiça e não tem
data marcada para julgamento.
Originalmente, o júri estava marcado para
o dia 20 de outubro, mas foi remarcado para esta quinta-feira porque o
advogado das acusadas, Raniere Aquino de Freitas, foi preso em outubro deste
ano. Ex-prefeito da cidade pernambucana de Sanharó, ele é suspeito de
desviar dinheiro dos cofres municipais. Outros advogados assumiram a defesa das
duas mulheres e a Defensoria Pública do Estado de Pernambuco passou a defender
Negromonte.
Entenda
o caso - Segundo a polícia, o grupo acreditava
fazer parte de uma seita intitulada de Cartel, que pregava a redução
populacional e a purificação do mundo. Em depoimento, os réus relataram que
escolhiam as vítimas de acordo com missões recebidas por entidades
sobrenaturais. Depois de executar as mulheres, o grupo tirava a pele, desossava
e fatiava os cadáveres. Em seguida, guardava porções das nádegas, coxas e
do fígado na geladeira. O restante do corpo era enterrado no quintal
da casa. Além de encontrar os restos mortais das vítimas, a polícia
achou na casa um livro, escrito por Negromonte, que detalhava o modo e os
motivos dos assassinatos. Os réus consideravam a ingestão de carne humana como
um processo de “purificação da alma”.
No caso do processo que corre em
Olinda, o grupo atraiu a moradora de rua, que na época tinha uma filha de
1 ano, oferecendo-lhe abrigo. Como não tinha condições biológicas
de ter filhos, o casal Negromonte e Isabel planejava roubar a menina,
segundo denúncia do Ministério Público. De acordo com a polícia, Jessica
foi imobilizada no banheiro da casa, e em seguida levou um corte de faca na jugular.
Todo o seu sangue foi retirado com a ajuda de um garrote. Depois, seu corpo foi
esquartejado e a pele retirada. A carne foi fatiada e guardada na geladeira. No
dia seguinte, foi ingerida grelhada, temperada com sal e cominho. A
criança também comeu da carne da mãe. O resto foi enterrado em forma de cruz no
quintal.
Com Jéssica morta, Isabel
assumiu a identidade dela e passou a cuidar da menina. O assassinato
da jovem só foi descoberto depois de a polícia prender a
dupla pela morte das duas mulheres em Guaranhuns, e encontrarem com eles a
criança, que tinha, então, cinco anos. Na ocasião, ela foi entregue ao Conselho
Tutelar. A terceira integrante do grupo, Bruna, apontada como amante
de Negromonte, relatou à polícia que vendia empanadas e coxinhas feitas com os
restos morais das vítimas pelas ruas de Guaranhuns.
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