SÃO LUÍS - Chegou ao fim o julgamento de
Jhonathan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva de Oliveira, culpados pelo
assassinato do jornalista Décio Sá. As setenças foram anunciadas na madrugada
desta quarta-feira (5), no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau.
Jhonathan de Sousa foi condenado a 25 anos e 3 meses de prisão e Marcos Bruno
recebeu 18 anos e 3 meses, ambos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
O julgamento
O julgamento dos acusados começou na manhã de segunda-feira (3)
e terminou na madrugada de quarta-feira (4). No primeiro dia foram ouvidas
testemunhas de acusação, entre as quais três pessoas que faziam parte de um
grupo de orações, dois funcionários de bares próximos ao local do crime, o
caseiro de Júnior Bolinha e a irmã adotiva de Marcos Bruno. Seus depoimentos
não duraram mais de hora.
No segundo dia testemunhas de defesa falaram ao júri. Ainda na
segunda-feira a defesa dos acusados pediu a dispensa de três testemunhas:
Alcides Nunes, Joel Durans e Fábio Aurélio Silva, o “Fábio capita”. Com isso
apenas três testemunhas falariam, sendo elas duas amigas da irmã adotiva de
Marcos Bruno e Elker Farias, corréu no processo que nem chegou a falar, pois no
entendimento dos promotores seu depoimento só deveria ser levado em
consideração no que se refere a sua participação no crime, não como testemunha.
Ministério Público Estadual
Os três promotores dividiram sua atuação de forma que Rodolfo
Reis foi quem conduziu os depoimentos das testemunhas. Haroldo Paiva e Benedito
Neto tiveram atuação mais discreta no primeiro dia e trabalharam mais durante
os debates, já no segundo dia. Rodolfo Reis apenas fez algumas intervenções
durante a defesa dos advogados.
Advogados
Pedro Jarbas deixou claro desde o início que seu empenho seria
em tentar derrubar as provas contra o piloto da moto, Marcos Bruno. Sobre
Jhonathan ele disse que buscaria reduzir sua pena, baseando-se na premissa de
que ele estaria arrependido e que se regeneraria. Em alguns momentos foi ele o
responsável por momentos de descontração da plateia.
José Berilo manteve-se mais equilibrado e fez duras críticas ao
sistema de segurança para tentar defender a suposta tortura sofrida por Marcos
Bruno.
Acusados
Jhonathan mudou seu depoimento e foi impreciso em vários
momentos. Riu em alguns instantes e atribuiu a um morto a autoria intelectual
dos crimes contra Décio Sá e Fábio Brasil. Ao contrário do que havia dito em
entrevistas afirmou nunca ter visto Júnior Bolinha e assumiu apenas as mortes
do jornalista e do empresário no Piauí. Disse que seu depoimento a comissão de
delegados foi dado sob “forte tortura psicológica” e constantes ameaças a sua
família.
Marcos Bruno foi evasivo em vários momentos durante seu
interrogatório. Assumiu o crime de clonagem de cartões e, como Jhonathan, falou
que a tortura sofrida durou mais de 11 horas. Segundo ele tudo foi “igual aos
filmes, com sacos na cabeça e afogamento em banheira”.
Testemunhas
Cada uma das testemunhas falou menos de uma hora e entre as de
defesa nenhuma reconheceu Marcos Bruno como piloto da moto. Outras, como o
caseiro de Júnior Bolinha negaram seus depoimentos e disseram que nunca haviam
visto nenhum dos dois. Três testemunhas de acusação foram dispensadas de serem
ouvidas.
Jurados
Não se manifestaram em nenhum momento, mesmo quando perguntados
pelo juiz Osmar Gomes. Em determinadas situações demonstravam cansaço. Os sete
jurados (quatro homens e três mulheres) aparentavam ter mais de 40 anos e
estavam dispostos em duas filas, uma com quatro cadeiras e outra com três
cadeiras. Em ambas os homens estavam nos extremos. Permaneceram incomunicáveis
desde o início do julgamento e ficaram hospedados sem contato com TV, familiar
ou qualquer outra pessoa que não fosse o oficial de Justiça.
Fonte:
Imirante.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário